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UFSC inaugura primeira usina de hidrogênio verde de SC
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Foto: Mateus Mendonça / Agecom / UFSC -
O prédio da usina, além de ser considerado um modelo tecnológico, servirá como vitrine para demonstrar as capacidades do hidrogênio verde
Projeto de R$ 14 milhões que uniu o Brasil e a Alemanha em um trabalho de cooperação científica e tecnológica, a primeira usina de hidrogênio verde de Santa Catarina, construída e operada pela UFSC, foi inaugurada nesta sexta-feira, 25 de agosto, com a presença de autoridades e convidados. O novo prédio é considerado um modelo e uma vitrine tecnológica e tem como meta impactar a sociedade na produção de energia sustentável e na descarbonização da Amazônia.
O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, saudou os presentes demonstrando o orgulho da instituição em ser pioneira na produção de hidrogênio verde. Ele destacou o fato de o projeto ser fruto de muitas inteligências combinadas. “É um orgulho merecer a confiança do governo alemão, que nos elegeu como referência. Este é um triunfo da colaboração com a indústria e um importante fruto da cooperação internacional”, disse.
Em seu discurso, o professor Ricardo Rüther, coordenador do projeto, explicou os mecanismos de produção do hidrogênio verde, feito com dois insumos: água e muita energia elétrica. “Esse prédio gera toda a energia necessária e capta toda a água da chuva necessária para a produção.” Ele destacou que o prédio será uma vitrine tecnológica, além de abrigar equipes de pesquisadores que serão incorporados pelo mercado de trabalho com formação de ponta.
A ministra-conselheira chefe da Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável da Embaixada Federal da Alemanha, Petra Schmidt, celebrou a importância da cooperação Brasil e Alemanha. “O desenvolvimento sustentável tem a dimensão ecológica, econômica e social. Tivemos forte crescimento das energias renováveis no Brasil e podemos aprender muito com o país, que é protagonista do setor no mundo.” Ela também reiterou que o projeto contribuirá com pesquisas de viabilidade no contexto da descarbonização da Amazônia.
Markus Francke, diretor do Programa H2Brasil, da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), empresa alemã parceira e financiadora da usina, avaliou o projeto como excepcional, pela combinação de diversas tecnologias e por sua arquitetura. “Projeto exemplar e bem especial”, disse, destacando que a usina abre espaço para a formação de profissionais em uma área que cria muitos empregos. Ele também falou sobre o diferencial da usina, que além de produzir hidrogênio verde também irá produzir amônia. “Teremos um circulo sustentável que será piloto para muitos projetos que poderão ser instalados no país.”
O secretário de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral, anunciou feitos da equipe em construir um trabalho de transição energética de referência. Barral falou que o Brasil vai mudar de patamar com os investimentos em produção de hidrogênio verde. Nesta quinta, foi publicado pelo ministério o Plano de Trabalho Trienal do Hidrogênio, que trata do assunto. “Enxergo nesse projeto uma oportunidade e o futuro do setor energético”, disse, ressaltando a importância da pauta para o ministério e para o governo como um todo. “Estamos muito felizes de estar aqui hoje porque esse talvez vá se tornar um projeto emblemático”, pontuou.
Empreendimento estruturante
Gustavo Ramos, assessor técnico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, chamou a usina de empreendimento estruturante. “Estamos na transição energética há muito tempo e acho muito interessante ver como essa temática do hidrogênio verde vem se desenvolvendo ao longo do tempo”, destacou.
O secretário de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Marcelo Fett, frisou que o estado prioriza a produção de energia elétrica e falou sobre a importância do marco de transição energética. “Que possamos replicar essas parcerias em outros projetos para gerar desenvolvimento para o Estado e o Brasil.”
O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, manifestou seu orgulho da UFSC e a importância da instituição para a cidade. “Hidrogênio verde é a ponta de tecnologia do mundo, e mais uma vez a UFSC sai na frente. As contribuições da UFSC estão intimamente relacionadas ao desenvolvimento sustentável da cidade”, disse.
Hidrogênio verde e pioneirismo
O hidrogênio já está sendo produzido no novo bloco do laboratório, que recebeu investimentos de R$ 14 milhões. A usina tem o potencial máximo de geração de 4,1 Nm3/h (normal metro cúbico por hora) de hidrogênio verde e produção máxima de 1 kg/h de amônia. A produção diária vai depender da irradiação solar e, consequentemente, da geração fotovoltaica de cada dia. Tanto a amônia quanto o hidrogênio verde têm importante papel na descarbonização da Amazônia, pois são produzidos de forma sustentável, alinhados com as expectativas mundiais de produção e geração de energia.
O espaço conta com laboratórios nos pavimentos inferiores, salas de aula e de pesquisadores nos pavimentos superiores e estação solarimétrica no terraço – onde é possível medir os parâmetros solares. Além disso, foi construído com outra inovação: as placas solares são o próprio telhado e revestimento das paredes, diferente dos outros dois blocos do laboratório, onde foram instaladas sobre o telhado. Há, inclusive, um mirante no topo do prédio para visualização dos equipamentos.
O gás hidrogênio, que recebe o adjetivo de “verde” por conta da sustentabilidade da produção via eletrólise utilizando somente água e energia renovável, vem sendo pesquisado pelos principais países do mundo. Segundo a consultoria internacional Bloomberg New Energy Finance, a geração solar fotovoltaica é capaz de oferecer o hidrogênio verde de baixo custo, o que fez com que a UFSC fosse um foco imediato de interesse de parceiros.
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